
o que me inspirou, na verdade, além do momento que estou atravessando, como sempre, é claro, foi a frase que carrego junto aos meus e-mails. ela fala do caminho do "guerreiro". eu estava pensando em como é difícil ser guerreiro. guerreira, na verdade! o trecho que me prendeu a atenção diz assim: " o desafio da condição de guerreiro consiste em sair do casulo ... sendo ao mesmo tempo valente e sensível. " eita, eita, eita. tudo bem que quem escreveu a frase não era mulher, mas me parece que conseguiu descrever muito bem essa condição... ser mulher é achar o ponto de equilíbrio entre ser valente e sensível... isso é ser qualquer coisa, mas ser mulher fun-da-men-tal-mente...
há tempos atrás a mulher iniciou um duelo por um novo lugar na sociedade e posso constatar que conseguiu. vitória às mulheres! só não estou tão certa assim de que seja algo que possamos comemorar. orgulharmos muito menos...
que lugar é esse que ocupamos agora? qual é o papel da mulher moderna [renovada]? será que brigamos por oficializar uma batalha contínua e diária que se não nos impede por completo, dificulta o máximo possível, vivenciarmos a fada bela e formosa que habita naturalmente as profundezas de qualquer feminino? ou será que essa fada sucumbiiu a tanto frenezi, função e corre-corre?? é filho, é pai, trabalho, marido, trabalho de novo. nas horas vagas a gente aproveita pra ser mãe, namorada, esposa, amiga, irmã. de brincadeira ainda tem a casa, o carro, a geladeira, o chuveiro, a chave.
às vezes tenho a sensação que se passam dias e dias e eu não tenho a oportunidade de simplesmente ser mulher. e ainda tem os dias dos hormônios - desses, qualquer marido sabe falar melhor do que eu! os dias dos hormônios merecem um parágrafo a parte...
nessa confusão toda passa o dia, passa o mês, passa a vida e a vida passa...
será que ainda poderei ema algum momento ser mulher, apenas?