30.9.10

esclareSer

Meu ciclo aqui na Arca se encerrou ontem. Apesar de eu ter vindo para cá com minha mudança e tudo, a proposta era que eu experimentasse a vida em comunidade por um ano. E eu ia seguir adiante nos esclarecimentos [a mim mesma], mas já empaquei na primeira frase: se eu vinha experimentar uma coisa que nem conhecia por um prazo determinado, então porque carreguei nas costas a minha mudança por 1600 km???
O fato de ter trazido a minha mudança antes desse prazo expirar teve, com certeza, bons motivos:
# queria estar aqui por inteiro e não sentir falta de nada que me daria a sensação de não estar no meu lar. Nem a mim e nem a Samuel que já tinha passado tanta privação por não estar com os livros e com os brinquedos dele no primeiro semestre do ano;
# queria de algum modo gerar em mim mesma alguma forma de comprometimento, pois sei que a coisa que mais necessito neste momento é de criar raiz!;
# minha mãe queria vender sua casa, onde eu tinha deixado toda a minha mudança e pediu para que eu tirasse tudo de lá;
Na-na-ni-na-não. O mundo da superfície dificilmente é o que parece ser...
Analisar os meus aparentes motivos para ter cometido esse "equívoco" me faz chegar às causas verdadeiras de tudo isso... E, percebo, com perplexidade, que a ciranda continua sua gira e que na roda vão as mesmas canções de sempre. Nada de novo!
E chego, então, nas causas profundas e verdadeiras:
# sentimento de incompletude; falsa crença de que a completude possa ser alcançada por algo externo; fé errática no caminho que escolho e pouca fé em mim mesma e na vida, por alterar a escolha central [experimentar a vida em comunidade por um ano] ou enfeitá-la com adornos não-essenciais [no caso, a mudança];
# ansiedade e necessidade de controle e mais uma vez, falta de fé na vida. Necessidade de querer garantir o futuro, ou ter a falsa segurança de que as coisas irão chegar aonde eu quero [criar raiz]; falta de entrega e aceitação [do que tiver que ser];
# sensação de falta de apoio; sensação de abandono e de estar sozinha no mundo. Separação.
Portanto, nada de novo! Não considero que tenha havido um erro em ter vindo para cá. Propus-me a experimentar a vivência em comunidade, mas, de fato, trouxe os meus ranços junto e nesse sentido, sim, há algo errado.
Cometer as mesmas ações esperando que causem reações diferentes é o princípio da insanidade!
Portanto, para sanidade fazem-se necessárias três pontuações muito importantes:
  1. Identificar os padrões negativos, o que já é uma árdua tarefa, mas não basta;
  2. Transformá-los em sua essência, o que é uma profunda tarefa de auto-conhecimento e auto-investigação que exige uma vigília sem tamanho e uma clareza de visão que talvez te exija também um foco de intensidade a nivel transpessoal;
  3. Anular este padrão, o que quer dizer, identificá-lo enquanto pensamento, ou seja, antes mesmo que se torne uma ação.
E isso, eu pude constatar agora, que ainda não consigo fazer... Mas ok, vou guardar o chicote, porque ainda por cima não adiantaria nada mesmo...
O que ficou de fato é que tenho esse montão de lição de casa pra fazer. E 1600 km pra voltar com tudo, além de faltar também decidir para onde... Ou se vou, dessa vez só com a roupa do corpo, comigo mesma e com Samuel...

21.9.10


TERAPIAS DE HARMONIZAÇÃO DOS DOSHAS
  • alimentação e nutrição ayurvédica;
  • aromaterapia ayurvédica;
  • arquitetura védica para harmonização dos donos e da habitação;
  • aconselhamento ayurvédico e mudança comportamental;
  • rotina diária;
  • rotina sazonal;
  • fitoterapia ayurvédica;
  • massoterapia ayurvédica[abhyanga, pedras quentes, garshana, shirodhara, entre outras];
  • marmaterapia;
  • yogaterapia ou a aplicação dos asanas, pranayamas e meditação para o equilíbrio dos doshas e dos cakras.


 ::Consumo Consciente::
. RECUSAR . REDUZIR . RECONDICIONAR . REUTILIZAR . RECICLAR . REPENSAR . RESPEITAR .

Muitos produtos que usamos em nosso dia-a-dia são carregados de substâncias tóxicas e, em sua grande maioria, fabricados por gigantes multinacionais preocupadas só com lucros, aumentando diferenças sociais e a degradação acelerada da natureza.
Não ignoremos nosso poder de escolha sobre aquilo que consumimos.
VENHA APRENDER A FAZER os produtos que usamos no dia-a-dia com receitas simples e práticas!
  • Sabão para máquina de lavar roupa, sabão de óleo vegetal saturado, produtos de limpeza não agressivos;
  • Xampu, pó dental, desodorante não agressivo;
  • Aromatizadores e perfumes naturais de ervas,
  • Sabonete, pomada de ervas, produtos naturais ayurvédicos;
  • Alimentos com sementes germinadas [brotos];
  • Hidromel [bebida fermentada de mel], entre outras diversas receitas!
  • Reduza seu consumo - busque satisfação nas relações e não consumindo produtos.

Recicle o seu lixo até não ter mais opção e avalie se o seu consumo é mesmo necessário.

Dê preferência a produtos o menos industrializados possível e aos fabricados o mais próximo de você, evitando produtos de multinacionais, pois elas levam os recursos para fora do país e enfraquecem a economia local.

Consuma alimentos orgânicos - cuide da sua saúde e evite os caríssimos e viciantes remédios da mafiosa indústria químico-farmacêutica.

Respeite o processo natural da vida e celebre a sua idade e as marcas do tempo que surgem em você.

Respeite também o processo gradual de consciência em relação ao consumo em você e nos outros e, desta forma, não adquira o rótulo de ”eco-chato”! 

17.9.10

...amor consciente amor...


a vida é cheia de sutilezas que de tão sutis quase não conseguimos percebê-las...
ando sentindo-me bastante estranha, bastante confusa, sem rumo. não tenho mais nada que me prenda a uma rotina que não me faça feliz e às vezes isso contribui para não saber ao certo o que fazer! bizarro paradoxo, mas enfim...
minha casa que normalmente trago arrumada já anda uma certa bagunça, com roupas jogadas por todos os lados, da mesma forma que tenho feito com certas coisas dentro de mim, jogando de qualquer maneira, aceitando de qualquer forma, colocando em qualquer lugar. certo é que me falta algo, alguma conexão, lembrar e aplicar algum ensinamento. e neste momento que trago isso claro pra mim lembro de um trecho de um livro li e que nem gosto muito do autor, mas que falava que ao invés de resistirmos a qualquer coisa que não nos agrade por medo do confronto, a melhor maneira de dispersarmos o que quer que seja, é entrar nesta coisa completamente, seja ela uma emoção, uma sensação, um sentimento. é abraçar com todo braço, mergulhar de cabeça e enxergar através da nossa própria resistência! e de tão perdida que tenho me sentido, não tenho encontrado nem o “buraco” onde mergulhar...
mas agora a pouco entrei num pranto intenso e profundo, sem palavras, conduzida por uma música que me levou a algum lugar que eu não estava conseguindo ir sozinha. o que eu tive que ir buscar lá em palavras não consigo traduzir o que seja, mas, de qualquer forma, posso perfeitamente falar que voltei sentindo-me diferente!
quem tá na foto acima é uma das minhas irmãs. quando ouvi a música lembrei-me do seu sorriso. da última vez que ouvi esta música, aliás era a primeira vez que a ouvia, ela estava comigo e estávamos celebrando a vida, as conquistas, as perdas, as trajetórias nem sempre felizes, mas sempre de crescimento, e é claro, a companhia uma da outra e da nossa família. de certa forma estávamos celebrando também uma despedida, porque em poucos dias eu ia me mudar pra longe e ficaríamos um bom tempo sem um momento tão lindo como aquele!
a música falava de um amor muito especial e verdadeiro entre uma neta e uma avó que voltava a habitar a consciência cósmica. falava em apego também e em como era difícil seguir a diante sem ele, o apego, e sem ela, a avó. essa avó havia dado a essa neta todo o amor que ela tinha e na música isso tudo vinha: “...se queres partir, ir embora, me olhas da onde estiver, que eu vou te mostrar que eu to pronta, me colha madura do pé...”, “...cila, pode ir tranqüila, teu rebanho tá pronto!...” , “...me mostra um caminho agora, um jeito de estar sem você, o apego não quer ir embora. diacho, ele tem que querer!...”.
chorei. a essência é algo que me comove verdadeiramente...
aceitei aquele pranto e ainda não fiz questão de definir em uma palavra o que foi. sei que vieram muitas sensações que talvez eu estivesse inconscientemente tentando evitar: a sensação daquele dia, de estar em família, de estar feliz com todos junto; a sensação das crianças felizes juntas; a sensação de perceber que a casa nova que minha irmã montava ganhava vida, aliás, como tudo o que colocamos nossa energia ganha; a sensação da gente dançando - dançamos muito aquele dia - e veio também a sensação de tudo o que a dança me deu; veio a sensação de ter uma amiga muito querida que mesmo de longe preenche e constrói comigo minhas subidas e descidas; a sensação de uma outra amiga, que de longe, já não está mais; a sensação de um menino quase homem que existiu e existe ainda hoje nas minhas fantasias, lembranças e recordações... e isso me levou de novo à dança, que me levou à outras sensações, que me levaram aonde eu tinha que ir e nem sabia que tinha e nem sabia como e nem sabia onde...
voltei deste transe não me sentindo sozinha, não me sentindo separada, não me sentindo distante... os amo, agora, consciente que os amo com muito amor.
estão todos - e tudo - aqui ao meu lado, junto, bem junto, a mim e a Samuel, fazendo parte da trilha e construindo o Ser.

13.9.10

desunião

hoje tive aula no curso que estou fazendo de formação em vinyasa yoga e para embasar o tema foi abordado o significado da palavra yoga. em suma quer dizer união, comunhão, então, neste sentido, passamos a tarde toda falando de união e muito contra qualquer expectativa que eu pudesse ter criado em relação ao curso, saí de lá com uma sensação de solitude, incompletude, desconexão...
a aula terminou às 17:30hs e atravessei o espaço onde estava sendo dado o curso e vi que chovia muito. chovia e fazia frio. saí pelo portão e fui andando na calçada em direção ao ponto de ônibus. neste momento, olhei ao redor, levemente para cima e eram prédios, carros, árvores e pessosas andando de um lado para outro. não parecia haver nenhum sentido em nada daquilo! pensei com grande espanto: nossa, que estranho, porque esta sensação agora?
sou do rio de janeiro mas estou morando no rio grande do sul. neste final de semana estou em porto alegre por conta do curso. o cenário que se configurava naquele momento parecia-me familiar, foi quase um deja vu: a paisagem, eu não reconhecia e não me trazia nenhuma referência; a noção de lar parecia algo de um reino muito distante; aquele frio me fazia contrair e isso bloqueava o fluxo e eu só podia desejar profundamente voltar para casa...