me interesso pelos mistérios, pelo que está encoberto e no escuro. no canto, escondido atrás do aparente. me interesso pelos mistérios que ninguén consegue enxergar. é mais denso, mais profundo do que o que é aparente e é isso o que me interessa. foi assim que consegui amar e me apaixonar diversas vezes pelo maior maluco que já conheci. não amei o que todos viam. amei o que estava escondido, e por isso que eu sempre escutava: o que foi que você viu nele? ninguém via e ninguém entendia. mas eu só consigo verbalizar isso agora, muitos anos depois.
esse é um gosto meu. uma busca minha. um interesse particular. chegar no fundo. a busca pelo que está escondido, pelo que está na sombra. pelo que não conseguimos revelar a qualquer um.
o que está na sombra - no não revelado - é o que temos de mais precioso, é onde está nosso pote de ouro, o nosso tesouro. o que me faz ir atrás do tesouro do outro? o que dispara em mim o primeiro movimento de ir em busca desse pote de ouro? não poderia eu me conformar com o básico, com a superfície??
para lhe darmos com o tesouro escondido do outro é preciso muita cautela, muito jeito, muito amor e muito equilíbrio e consciência, mas fundamentalmente muito, mas muito amor. amor por você e amor pelo outro. ninguém revela gratuitamente o seu tesouso, ainda mais quando este tesouro vem mascarado de algo que não é tão rico assim. assim é a nossa sombra. assim é o não revelado. a nossa sombra é o que não queremos encarar, é o que não queremos esclarecer, é muitas vezes o que não sabemos nem que existe e muito menos como lhe dar.
pra outra pessoa, aquela que se revela, aquela que se entrega é necessário um desprendimento, uma compreensão do limite entre o que está fora e o que está dentro e um convite para entrar.
esse convite é o que busco agora... um convite para entrar onde ainda não foi mexido, não foi tocado. um convite para entrar bem dentro do seu Ser. me permite?
Somos curiosos, mas estamos mesmo preparados para o mistério?
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