21.9.09

musica para os olhos

las miradas de tus ojos son tan sutiles que penetran en el alma de quien los mire.y como soles irresistibles son tus desdeños que no puede uno mirarse, mirarse en ellos. que no puede uno mirarse, mirarse en ellos.
las miradas de tus ojos son tan sutiles que penetran en el alma de quien los mire y como soles irresistibles son tus desdeños que no puede uno mirarse, mirarse en ellos. que no puede uno mirarse, mirarse en ellos.
y como sabes que tu mirada tiene le hechizo mira com imprudencia y maleficio. no me mires a los ojos porque no quiero que tu mirar penetrante me deje ciega. que tu mirar penetrante me deje ciega.
las miradas de tus ojos son tan sutiles que penetran en el alma de quien los mire. y como soles irresistibles son tus desdeños que no puede uno mirarse, mirarse en ellos. que no puede uno mirarse, mirarse en ellos.
y como sabes que tu mirada tiene le hechizo mira com imprudencia y maleficio. no me mires a los ojos porque no quieroque tu mirar penetrante me deje ciega. que tu mirar penetrante me deje ciega. que tu mirar penetrante me deje ciega. que tu mirar penetrante me deje ciega.

ojos malignos - marina de la riva

sempre celebrar

tem pouco tempo eu estava num ônibus, já tarde da noite e cedo da madrugada e sozinha... nunca faço isso. e estava indo pra um lugar que também nunca vou, pensando em como a vida tem sido boa, em como as coisas têm dado certo e celebrando solitária as minhas conquistas e a bonança no meio do turbilhão. em momentos assim, acredito, fielmente, que viramos luz e que emitimos essa luz pro lado de fora.
um sorriso que vinha da minha alma estampava-se no meu rosto, ali, naquele momento. e eu, olhava o meu reflexo no vidro do ônibus - que virara um espelho com o negro da noite do lado de fora. cada vez que eu olhava o meu sorriso no vidro do ônibus, mais me vinha um sorrir da alma e eu mesma me encantava com o encanto que aquele momento trazia.
eu estava num daqueles bancos altos e apesar da hora avançada eu não me preocupava nem um pouco com o percurso do ônibus e nem com quem subia nele [o que era até uma irresponsabilidade, em se tratando de rio de janeiro!]. até que entrou um homem. não era um homem qualquer, era um homem bonito, daqueles que você nota quando adentra o recinto... e ele logo me viu. e eu sorrindo estava e sorrindo permaneci. ele respondeu com um sorriso lindo. e aí, então, fiquei meio sem jeito e desviei meu olhar e meu sorriso.
ele entrou e sentou uns três bancos a minha frente. daí relaxei de novo. até que ele se virou pra trás, sorrindo gostoso e me encarou. eu me mexi no banco, sentei mais reta e menos relaxada e parei de sorrir, meio encabulada. ele voirou pra frente novamente. e novamente virou pra trás e novamente sorriu e me olhou e virou pra frente. e de novo virou pra trás. e mais uma vez. eu, já estava achando que era alguém conhecido no final do ônibus e me virei pra olhar, mas não tinha ninguém.
eu estava ficando muito sem jeito. eu tava com uma flor no cabelo e me peguei tirando a flor, como quem estivesse parando de celebrar. ele parecia uma pessoa de bem, mas eu sozinha, e tarde da noite começa a me intrigar... virei-me pra janela e resolvi não mais o olhar.
ele levantou do banco e veio na minha direção. meu coração acelerou levemente. eu não o olhava mais. ele passou direto e parou perto da porta traseira. e ficou por um tempo. relaxei de novo. e quando relaxei ele colocou a mão no meu ombro. eu me virei sem pensar. ele disse:
"desculpa te incomodar, não se preocupa, não quero te importunar, mas não posso sair daqui sem te falar que foi maravilhoso entrar nesse ônibus e ver um sorriso tão lindo a essa hora. um rosto tão leve com um sorriso tão lindo como o seu. eu vou descer agora e provavelmente não vou te ver nunca mais, mas o seu sorriso vai comigo e não vou mais deixar ele ir embora."
tive certeza que não celebrava sozinha...

15.9.09

monólogo para + de um

faz pouco tempo levei um baita dum tropeção! mas levantei lindamente e percebi... não, percebi não, experienciei que existe muito mais além de palavras entre o que se fala e o que o outro escuta. não são apenas as palavras que são escutadas, mas sim, talvez, estas mesmas palavras somadas a uma bagagem experimental e pessoalíssima que fazem com que elas [as palavras] possam ser interpretadas de diversas e diversas formas!! uuutaqueoparéo! se o que eu digo não é o que eu digo, daí, então, melhor não dizer nada, né? eu já ando numa nóia ferrada, tentando perceber se o que eu digo é realmente o que eu faço e o que eu sinto. lembro da expressão usada pelos índios de "fazer andar as nossas palavras". ou seja, de fazer com que nossas palavras possam ganhar vida no dia-a-dia... é lindo!
pensa aqui comigo: se tem ainda uma questão pessoal no escutar, seria então melhor não dizer mais nada. ao menos não dizer mais nada para alguém. melhor seria dizer tudo por aqui: lê quem quer e talvez, também, não entenda bem o que estou querendo dizer... daí eu sinto que voltei pro começo de tudo... e que repito um pensamento viciado: e-u-fa-lo-gre-go!!
mas não, eu não quero! eu não quero mais repetir velhos padrões de pensamento que levam a velhas atitudes que não me levam aonde eu quero chegar! então eu mudo o repertório. quero dialogar. e digo até que preciso dialogar. sou híper comunicativa, mas às vezes sinto precisar resgatar a minha sensibilidade perceptiva e interagir com o mundo usando todas as minhas sensações. sem falar nas outras funções psicológicas...
quero poder me expressar para que me entendam de verdade e de verdade possa falar com a voz do meu coração. para isso, me fecho um cadinho. me volto pra dentro da concha e consulto o meu sagrado interior. não quero ser preciptada e nem deixar margem pra duplas interpretações, mas não é a terefa mais fácil entender o que você mesma pode repassar para o lado de fora sem estar indo de encontro a sua própria natureza. ser transparente a ponto de alguém poder ler a sua essência requer que você já tenha tido a oportunidade de fazer isso antes. quero entender o diálogo também do corpo e do resto. [quero saber das lacunas que se interpõem a momentos de envolvimento. quero identificar a essência do abraço que não quer me soltar quando o dia amanhece.]
como estabelecer um diálogo onde possamos nos comunicar sob a mesma linguagem, sem ruídos que dificultam a sua compreensão? como traduzir emoções complexas em uma forma de expressão clara e consisa e permear o profundo com a clareza da luz do entendimento verdadeiro? como experimentar diálogos ao invés de monólogos?
o mundo precisa que reaprendamos a dialogar... urgentemente. e eu, talvez, precise ainda mais...

10.9.09

a percepção e o mundo

a percepção é a maneira pela qual tornamos conscientes pessoas, objetos, fatos e situações.
olhem atentamente para a imagem acima. no mundo dos arquitetos ela é bem famosa... é de escher: um artista gráfico, que era também matemático, fotógrafo e arquiteto. mas o enredo agora não é escher, mas sim a maneira como tornamos conscinetes a sua gravura. se focamos no primeiro nível percebemos a cascata na horizontal. se focamos na queda d'água então percebemos que não há horizontalidade... então, percebermos a gravura desta ou daquela forma depende do foco ao qual nos atemos.
se ampliarmos um pouco esta afirmativa para uma realidade mais abrangente, então, o mundo poderá ser percebido segundo o que queremos focar.
vindo na contra-mão, segundo as palavras de gandhi: seja a mudança que quer ver no mundo. ou seja: mude a sua maneira de perceber o mesmo mundo de sempre e ele será um mundo totalmente novo toda vez que você desejar que ele seja e fizer o movimento de percebê-lo assim.
já se perguntou o que acontece
quando, de repente, abrimos os olhos e não enxergamos mais as coisas como antes? o que foi que mudou? "as coisas" ainda são as mesmas. têm as mesmas moléculas e elas ainda se agrupam da mesma forma. continuam reais, concretas, existindo sob a mesma ordem, de fato e da mesma maneira que sempre existiram. mas não são mais as mesmas!! então, o que foi que mudou?