o que apreendemos no dia-a-dia é fruto do que vivenciamos nas nossas relações, seja nas relações familiares, sociais, profissionais, amorosas, sexuais, de que espécie forem. o que nos constrói e o que irá constituir a nossa experência nesse mundo vem do que podemos digerir nas vivências com as pessoas. ainda que seja o resultado de muita especulação mental pessoal, ainda que seja de uma relação que alimentamos conosco mesmos. ainda assim, o que nos constrói advém das relações que mantemos e o que conseguimos entender delas.
existem duas maneiras de você encarar as suas relações: ou você se envolve nelas ou você se desenvolve com elas. ahaaaammmm? não tinham pensado nisso né? pois é, mas é assim...
envolver - en.vol.ver, do lat involvere: enrolar(-se), embrulhar(-se), meter(-se) dentro de invólucro.
desenvolver - desen.vol.ver [des+envolver]: tirar do invólucro, descobrir o que estava envolvido. fazer crescer.
ambas as definições foram extraídas do dicionário michaelis, ou seja, estão ao alcance de qualquer pessoa que saiba ler. mas não basta ter conhecimento da definição para podermos aplicar estes conceitos nos relacionamentos. eu, quando me dei conta, fiquei espantada comigo mesma, pois sempre tive uma enorme facilidade em me envolver nos meus relacionamentos - e uma extrema dificuldade de sair deles - principalmente os íntimos, que são os mais certeiros, pois entram na gente diretamente ao nível do coração e por isso mesmo, se não estamos bastante atentos, tem uma chance brutal de nos ferir muito e profundamente, tanto quanto estivermos envolvidos neles!
os opostos se atraem. eu até que tenho uma definição que explica melhor essa frase tão conhecida, mas deixo para outra oportunidade porque já é outro assunto... a questão é que se atraem. e quando se atraem se envolvem. isso é fato. não há o que mude. é da natureza do homem a atração pelo sexo oposto [hoje em dia vale incluir do mesmo sexo também, ne?] o problema é quando começamos a notar o nosso envolvimento e então, ao invés de olharmos de frente, nos deixamos tomar por ele! daí alguém pode vir me dizer: mas você fica racionalizando e dái não se entrega! ok. talvez não seja totalmente uma mentira, mas de que adiantaria uma entrega às cegas? onde iríamos chegar? é aquela história do barco no rio... o que você quer? onde você quer chegar? não se trata de puxar o freio de mão. isso seria mais ou menos viver mortamente a vida, perdendo um conteúdo valioso que ela oferece. isso seria sim como ter conhecimento do carro que se guia e a estrada que se percorre. não será mais saudável uma entrega consciente? não consigo avaliar até que ponto perder o controle seja premissa para estarmos felizes num relacionamento amoroso, consigo é o contrário!!!
se você escolhe apenas envolver-se, perde o que de melhor a oportunidade do relacionamento íntimo pode dar a você!
o relacionamento em si pode ser observado como uma grande experiência de aprendizado e de investigação pessoal. consequentemente, de crescimento pessoal. e não vejo como o seu próprio crescimento pode não ser saudável pra você! isso é desenvolver-se em um relacionamento. vai lá em cima novamente e lê a definição de des+envolver! faz crescer! tira do invólucro! disso todos nós precisamos! ainda que não tenhamos a coragem de adimitir e nem a sabedoria para encarar de frente. confesso: não é fácil, mas não é impossível, basta você se conhecer que o mundo se revela pra você e todas as possibilidades surgem a sua frente.
e tem mais. quando você escolhe desenvolver-se, por que então é uma escolha, em algum momento você olha de frente o relacionamento que vive e percebe que se envolveu, mas quer sair do envólucro, do casulo, você , então, escolhe desenvolver-se com ele, nesse momento, você cresce. daí pra frente, se o outro não cresce junto, naturalmente você se liberta daquela atração inicial e daquele envolvimento que te cega e consegue romper a zona de conforto e saltar muito a diante, atravessando uma situação delicada de uma forma confortável e grandiosa.
só o conhecimento pode libertar. experimente, daqui pra frente, desenvolver-se com as pessoas!
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